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13 de maio de 2012

Ao Osvaldo, o sacramento.








“A palavra ´Sacramento´ não ocorre nas Escrituras; ela vem do latim Sacramentum, que, na Vulgata, traduziu o grego musth/rion (mistério). (Vd. Ef 1.9; 3.3, 9; 5.32; Cl 1.27; 1 Tm 3.16; Ap 1.20; 17.7). A palavra Sacramentum, em si, significava primariamente um depósito financeiro feito em juízo entre as partes litigiantes; posteriormente, passou a significar aquilo que era separado como santo, ou o juramento que os soldados prestavam ao seu comandante, envolvendo as obrigações decorrentes deste compromisso. Tornou-se clássica a definição pioneira de Agostinho (354-430) de Sacramento como sendo a ´palavra invisível´ e um sinal visível de uma graça invisível. Na Escolástica predominou o conceito de sacramento como a ´Palavra visível de Deus´, distinguindo-a, mas não separando-a da Palavra audível de Deus.


         Calvino entende que somente Deus pode instituir o Sacramento e que este traz consigo sempre uma promessa ou: ´onde a promessa brilha na cerimônia´. ´O poder de instituir sacramentos só pertence ao Deus único. Pois, graças à promessa firme e segura de Deus, o sacramento deve dar segurança e consolo à consciência dos crentes, segurança que eles nunca poderiam obter dos homens. O sacramento deve ser para nós um testemunho da boa vontade de Deus para conosco. ´O sacramento é um selo que se imprime no Testamento e na promessa de Deus´; ´O sacramento deve ser para nós um testemunho da boa vontade de Deus para conosco.´

         A Igreja alimenta-se dos Sacramentos firmada na promessa de Deus, olhando firmemente para o Autor da promessa: ´Não há sacramento sem promessa de salvação. Nunca. Todos os homens juntos não saberiam nem poderiam garantir coisa alguma quanto à nossa salvação. Logo, não podem, eles mesmos, ordenar nem planejar nenhum sacramento. Por isso a igreja cristã se satisfaz com estes dois [Batismo e Santa Ceia]. 


       E não somente não admite nem aprova nem reconhece no presente, mas também não deseja nem espera jamais um terceiro, até à consumação do século.´ ´Não devemos pôr a nossa confiança nos sacramentos, nem transferir para eles a glória de Deus, como se eles fossem a causa e a fonte das bênçãos que por meio deles recebemos. Antes, deixando de lado todas as coisas e delas nos desprendendo, elevemos e dirijamos o nosso testemunho de fé Àquele que é o Autor dos sacramentos e de todos os demais bens.´”  






REFERÊNCIA:

COSTA, Hermisten Maia Pereira da. Raizes da Teologia Contemporânea. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. p. 181-182.

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