“A
palavra ´Sacramento´ não ocorre nas Escrituras; ela vem do latim Sacramentum, que, na Vulgata, traduziu o
grego musth/rion (mistério).
(Vd. Ef 1.9; 3.3, 9; 5.32; Cl 1.27; 1 Tm 3.16; Ap 1.20; 17.7). A palavra Sacramentum, em si, significava
primariamente um depósito financeiro feito em juízo entre as partes
litigiantes; posteriormente, passou a significar aquilo que era separado como
santo, ou o juramento que os soldados prestavam ao seu comandante, envolvendo
as obrigações decorrentes deste compromisso. Tornou-se clássica a definição
pioneira de Agostinho (354-430) de Sacramento como sendo a ´palavra invisível´
e um sinal visível de uma graça invisível. Na Escolástica predominou o conceito
de sacramento como a ´Palavra visível de Deus´, distinguindo-a, mas não
separando-a da Palavra audível de Deus.
Calvino entende que somente Deus pode
instituir o Sacramento e que este traz consigo sempre uma promessa ou: ´onde a
promessa brilha na cerimônia´. ´O poder de instituir sacramentos só pertence ao
Deus único. Pois, graças à promessa firme e segura de Deus, o sacramento deve
dar segurança e consolo à consciência dos crentes, segurança que eles nunca
poderiam obter dos homens. O sacramento deve ser para nós um testemunho da boa
vontade de Deus para conosco. ´O sacramento é um selo que se imprime no Testamento
e na promessa de Deus´; ´O sacramento deve ser para nós um testemunho da boa
vontade de Deus para conosco.´
A Igreja alimenta-se dos Sacramentos firmada
na promessa de Deus, olhando firmemente para o Autor da promessa: ´Não há
sacramento sem promessa de salvação. Nunca. Todos os homens juntos não saberiam
nem poderiam garantir coisa alguma quanto à nossa salvação. Logo, não podem,
eles mesmos, ordenar nem planejar nenhum sacramento. Por isso a igreja cristã
se satisfaz com estes dois [Batismo e Santa Ceia].
E não somente não admite nem
aprova nem reconhece no presente, mas também não deseja nem espera jamais um
terceiro, até à consumação do século.´ ´Não devemos pôr a nossa confiança nos
sacramentos, nem transferir para eles a glória de Deus, como se eles fossem a
causa e a fonte das bênçãos que por meio deles recebemos. Antes, deixando de
lado todas as coisas e delas nos desprendendo, elevemos e dirijamos o nosso
testemunho de fé Àquele que é o Autor dos sacramentos e de todos os demais
bens.´”
REFERÊNCIA:
COSTA, Hermisten Maia Pereira da. Raizes da Teologia Contemporânea. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. p. 181-182.
COSTA, Hermisten Maia Pereira da. Raizes da Teologia Contemporânea. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. p. 181-182.
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