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10 de julho de 2012

ORTODOXIA
por Dilson Ferreira Soares


http://moisespeixoto.blogspot.com.br/

No Ocidente a teologia protestante e católica é influenciada por Agostinho, já no Oriente, a teologia ou o cristianismo chamado de Ortodoxia apoia-se nos pais gregos, especialmente Atanásio e os capadócios (Basílio, o Grande, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa). (SAWYER, 2009, p. 261).
A história da ortodoxia é datada de 16 de Junho de 1054, quando o cardeal Humberto, representante do papa Leão IX, excomunga o patriarca de Constantinopla, Miguel Celulário, rompendo assim as igrejas do Oriente com as do Ocidente (SAWYER, 2009, p. 261), ficou conhecida como o Grande Cisma.
Das questões teológicas, as razões para separação destaca-se a expressão filioque, a diferenciação das línguas (latim no Ocidente e Grego no Oriente), ambiente políticos muito diferentes. Enquanto que no Ocidente os lideres exerciam, quase sempre, a liderança política dominante, no Oriente, a Igreja era aliada muito próxima do imperador e do Estado.
A natureza e a metodologia do pensamento teológico no Oriente, toma uma direção mais personalista, tradicional, conservadora, refletindo a herança dos pais gregos. (SAWYER, 2009, p. 262,3).
Quanto à doutrina de Deus, em si mesmo Ele é absolutamente transcendente e racionalmente desconhecível, a teologia ortodoxa é apofática (Gr. Apophasis), “negação”, (Ex. Deus não é finito), ao dizer o que Deus não é, ela não está negando o valor de afirmação catafática (positiva) sobre Deus. (Gr. Kataphasis), “afirmação” (Ex. Deus é infinito), contudo essas afirmações são verdadeiras num sentido relativo e não podem adequadamente captar a essência de Deus (SAWYER, 2009, p. 265).
A teologia oriental é profundamente trinitariana, ao contrário da teologia ocidental, vê a doutrina da Trindade não como uma abstração teológica, e sim como uma verdade de profunda importância prática para cada cristão. (p. 266). O filioque (termo latim “e o Filho”), foi à causa da divisão dogmática entre o Oriente e o Ocidente. (p. 267).
A Igreja Ortodoxa faz uso das imagens, afirmando que no AT Deus se revela inteiramente transcendente em relação a qualquer imagem que possa fazer conhecida a sua natureza. (p. 268). O preceito central na teologia ortodoxa é a noção de que Cristo é a imagem (gr. eikon) do Pai. (p. 269). Faz uso dos ícones, afirmando que, ao se prostrar diante de ícones e beijá-los ou acender velas diante deles, o faz não como ídolos, mas como símbolos, estão venerando não o objeto, mas quem ele representa (p. 271).
Em relação às Escrituras, tradição e testemunho do Espírito, o Ocidente localiza a autoridade na objetiva palavra de Deus escrita, no Oriente a autoridade é vista como interna e pneumática, dogmática e externa. (SAWYER, 2009, p. 276).

BIBLIOGRAFIA:

SAWYER, M. James. Uma introdução à teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico. São Paulo: Vida, 2009. p. 261-279.