Espaço para a publicação de material promotor da relação ensino-aprendizagem.
Nossa sala de aula!
Vamos publicar na Sala de aula da Lázara alguns artigos, direcionamentos, mensagens, discussões etc., meus e seus.
25 de maio de 2012
20 de maio de 2012
UM EXERCÍCIO PARA O 5º PERÍODO: As implicações da Teoria das Inteligências Múltiplas para a Educação
Fonte: Blog Educação Adventista
A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
A
Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985), pressupõe que
processos psicológicos independentes são empregados quando o indivíduo lida com
símbolos diferentes (lingüisticos, numéricos gestuais ou outros).
As
inteligências múltiplas
Segundo
Gardner, há as seguintes competências intelectuais (inteligências): lingüística,
lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal.
Tais inteligências “são relativamente independentes, têm sua origem e limites
genéticos próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de
processos cognitivos próprios” (GAMA, 1998). Isso porque os homens carregam
graus variados de cada uma das inteligências e suas combinações, organizações e
utilizações, entre si, para resolver problemas e criar produtos; elas,
raramente, funcionam isoladamente, ainda que independentes umas das outras em
certo nível.
REFERÊNCIAS:
GAMA, Maria Clara S. Salgado. A Teoria das inteligências múltiplas e suas implicações para a Educação.
Disponível no site Homem de Mello, em http://www.homemdemello.com.br/psicologia/intelmult.html.
Acesso em 15 mai. 2012.
GARDNER,
Howard. Inteligências Múltiplas: a
teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
17 de maio de 2012
IGREJA ORTODOXA (ORTODOXIA)
IGREJA ORTODOXA
por Paulo Cézar da Silva
A verdadeira igreja instituida por Jesus Cristo e os seus lideres sucessores dos apóstolos.Só aceitam os três primeiros concílios ecumênicos. Enfatiza thoosis (literalmente significa divinização), processo pelo qual os cristãos se tornam mais e mais como Cristo; teologia apofática, isto é, negação dos atributos divinos, preserva os sacramentos.
Características:
1- Deus em ou mesmo e absolutamente transcendental e racionalmente desconhecível.
2-
A ênfase da ortodoxia está na limitação inerente da finitude humana que torna
impossível ao ser humano captar grandeza infinita do Santo Criador.
3-
A teologia oriental é profundamente trinitária.
4-
O termo filioque (latim e o
filho ) teve ainda o efeito de subordinar o Espírito Santo ao filho
ignorando o Espírito Santo na Trindade.
5-
O preceito central na teologia ortodoxa é a noção de que Cristo é imagem (gr
eikon) do pai. Gregório de Nissa afirma: "o filho está no pai assim como a
beleza da imagem reside na forma arquitetônica. O Pai está no Filho assim como
a beleza arquitetônica permanece e sua imagem.
6-
A teologia ortodoxa se comunica com imagens concretas "ver é melhor que
ouvir"
-ícones são auxílio a veneração.
-ícones são auxílio a veneração.
REFERÊNCIA:
SAWYER,
M. James. Uma introdução à teologia:
das questões preliminares, da vocação. São Paulo: Vida, 2009.
O LIBERALISMO TEOLÓGICO
Liberalismo Teológico
por
Neuraci de Souza Aguiar e Loyde
Liberalismo:
É um sistema político-econômico baseado na defesa da liberdade individual nos
campos econômico, politico, religioso e intelectual. Muitas pessoas
conservadora definem o liberal como alguém
que tem a mente mais aberta que elas. No contexto do Cristianismo: o
liberalismo foi construído sobre o compromisso com conjunto básico de
preposições teológicas e religiosas que, desdobradas deram origem a uma nova
forma de religião a qual reteve a terminologia ortodoxa, mas redefiniu
radicalmente os termos.
Aspectos principais: O liberalismo
embora costume ser retratado como uma ameaça deliberada ao cristianismo
historio ortodoxo, na verdade foi uma tentativa de resgatar alguma coisa das
cinzas do cristianismo, consumido pelo fogo iluminista. Foi um movimento que veio de dentro da igreja
protestante, caracterizado pelo esforço em manter a essência do cristianismo.
Berço
do liberalismo: Foi no iluminismo ( também chamado Idade da Razão, um
movimento intelectual), que elevou a razão humana a um status quase divino e conferiu
a ela uma capacidade de discernimento da verdade, de qualquer tipo, sem o recurso da revelação divina ,
sobrenatural. Na época acreditava-se que era possível encontrar o caminho para
Deus pelo processo de raciocínio.
Fruto do
iluminismo:
ñ O início
da história cientifica
ñ O
requisito de que qualquer verdade deve ser justificada diante do juízo da razão
ñ A
necessidade da liberdade para o progresso e o bem-estar humano, etc
Características:
No inicio do século XX Warfield observou que o liberalismo era
racionalista, mas não um racionalismo que fosse resultado direto da descrença.
O liberalismo surgiu de homens que desejavam sustentar as convicções cristãs
contra o ataque dominante da descrença.
Neologianos
(ou inovadores) – grupo de estudiosos, eles iniciaram o trabalho da crítica
bíblica, atacaram as doutrinas protestante tradicionais e algumas doutrinas
luteranas em particular, o sobrenaturalismo do cristianismo histórico em geral
e doutrinas como a Trindade, a divindade de cristo, a expiação, o nascimento
virginal, a ressurreição, a cristologia de calcedônia e a existência de
Satanás.
Na mesma
época surge os Deísmo – afirmava que Deus, embora fosse o Criador, havia criado
o Universo como uma espécie de relógio que funcionava por lei natural.
Religiões
Comparadas – desenvolvimento no contexto do liberalismo, nascimento do estudo
científico: as religiões comparadas. Todas as religiões passaram a ser vistas,
em sua forma mais básica, como detentoras de uma verdade (Deus) e de uma ética
comum de amor ao próximo.
As
proposições teológicas mais importantes do liberalismo:
ñ A
paternidade universal do Deus imanente (Deus da evolução, infinitamente mais
grandioso que o operador de milagres ocasional);
ñ A
fraternidade universal do homem e o valor infinito da alma humana individual (o
ser humano não era mais visto como radicalmente pecaminoso e necessitado de
redenção);
ñ Jesus
Cristo, o exemplo supremo (Ele demonstrou em sua vida o exemplo perfeito
daquilo que todos nós podemos nos tornar);
ñ A
autoridade religiosa, a salvação e o Reino ( Autoridade – o liberalismo
tornou a autoridade totalmente subjetiva, baseada na experiência espiritual do
indivíduo. Salvação- Ao seguir seus ensinamentos e seu exemplo de vida,
o ser humano entra em comunhão com ele. O Reino- é também manifestado na
sociedade, pelo estabelecimento da justiça e da retidão na esfera política , e
finalmente será estabelecido à medida que Deus trabalha por meio de pessoas no
processo histórico).
Liberalismo na América do Norte:
Evangelho
social – foi uma tentativa do protestantismo liberal de aplicar princípios
bíblicos a problemas associados com a urbanização emergente. Tem por objetivo
trazer os homens ao arrependimento de seus pecados coletivos e criar uma
consciência mais sensível e moderna.
Modernismo
– abraçou o iluminismo e uma visão otimista da História, baseada na imanência
radical de Deus: o Espírito Santo operando no interior da natureza e da cultura
e aperfeiçoando ambos. Ressaltava a razão humana autônoma, concentrando-se na
liberdade e autodeterminação da humanidade.
Enquanto o liberalismo mais antigo era uma espécie de
movimento de salvação, tentando resgatar a essência do cristianismo das cinzas
do Iluminismo, o modernismo representa uma ameaça ao protestantismo
evangélico. Nas primeiras décadas do
século XX, norte-americana sofria com a controvérsia
fundamentalista-modernista, os grupos
afetados foram, progressivamente, os congregacionalistas, os episcopais, os
presbiterianos do Norte dos Estados Unidos, os metodistas e a associações de
igrejas batistas, muitos desses grupos havia sido tomados pelos liberais. Os
defensores do cristianismo histórico viram-se diante da maré crescente de uma
nova teologia, que rejeitava o status normativo da bíblia e até mesmo de Jesus
Cristo.
REFERÊNCIA:
SAWYER, M. James. Uma introdução à teologia: das questões
preliminares, da vocação. São Paulo: Vida, 2009.
15 de maio de 2012
Aos meus alunos, os sacramentos.
OS SACRAMENTOS |
Os
sacramentos podem ser entendidos a partir da Confissão de Fé de Westminster (1648)
que, em seu capítulo XXVII, informa:
I.
Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente
instituídos por Deus para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o
nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que
pertencem à Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de
Deus em Cristo, segundo a sua palavra.
Ref.
Ron.
6:11; Gen. 17:7-10; Mat. 28:19; I Cor. ll:23, e 10:16, e 11:25-26; Exo. 12:48;
I Cor. 10:21; Rom. 6:3-4; I Cor. 10:2-16.
II.
Em todo o sacramento há uma relação espiritual ou união sacramental entre o
sinal e a coisa significada, e por isso os nomes e efeitos de um são atribuídos
ao outro.
Ref.
Gen.
17:10; Mat. 26:27-28; Tito 3:5.
III.
A graça significada nos sacramentos ou por meio deles, quando devidamente
usados, não é conferida por qualquer poder neles existentes; nem a eficácia
deles depende da piedade ou intenção de quem os administra, mas da obra do
Espírito e da palavra da instituição, a qual, juntamente com o preceito que
autoriza o uso deles, contém uma promessa de benefício aos que dignamente o recebem.
Ref.
Rom.
2:28-29; I Ped. 3:21; Mat. 3:11; I Cor. 12:13; Luc. 22:19-20; I Cor. 11:26.
IV.
Há só dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho - O
Batismo e a Santa Ceia; nenhum destes sacramentos deve ser administrado senão
pelos ministros da palavra legalmente ordenados.
Ref.
Mat.
28:19; I Cor. 11: 20, 23-34; Heb. 5:4.
V.
Os sacramentos do Velho Testamento, quanto às coisas espirituais por eles significados
e representados, eram em substância os mesmos que do Novo Testamento.
Ref.
I
Cor. 10: 1-4.
13 de maio de 2012
Ao Dilson Ferreira e Paulo Cezar, o Catolicismo Ortodoxo.
O
ramo do Cristianismo chamado Ortodoxia é um sistema teológico apoiado “nos pais
gregos, especialmente Atanásio e os capadócios (Basílio o Grande, Gregório de
Nazianzo e Gregório de Nissa). [Sua perspectiva é] filosófica, mística e
personalista.” (SAWYER, 2009, p. 261). Considerado conservador, tem preservado
uma continuidade com traços das tradições da Igreja antiga. Reflete um
enraizamento teológico – nos pais e nos concílios – perdido na tradição
católica romana. Oferece uma crítica histórica relevante às reivindicações universais
do Catolicismo romano; por seu lado, suas tradições e teologia alcançaram toda
a Europa e além dos países católico-romanos para influenciar o desenvolvimento
da Reforme norte-europeia da Igreja – contribuição que às vezes é subestimada
ou inteiramente negligenciada.
Esse
ramo cristão foi definido, apesar de suas raízes estarem presentes no
pensamento cristão do Oriente desde tempos mais antigos (476-519 e 867 d. C.), a
partir do chamado Grande Cisma, termo que denomina a separação entre os ramos
católico ocidental e ortodoxo oriental do Cristianismo, ocorrido em 1054.
Dentre as razões para a separação, destacam-se 1) as teológicas, como a adição
da frase “e o Filho” (filioque) ao
Credo niceno, por parte da Igreja do Ocidente etc.; 2) as naturais, como as
línguas diferentes faladas pelos dois lados (latim, no Ocidente e grego, no
Oriente) etc.; 3) e as metodológicas, como o foco do exercício do pensamento
para um entendimento pragmático e legal da doutrina, no Ocidente e mais personalista
e mística refletindo a herança dos pais gregos, no Oriente etc..
Suas
principais doutrinas são: 1) o mistério de Deus, 2) a Trindade, 3) o filioque e
a processão do Espírito Santo, todas subordinadas a uma teologia apofática (gr. kataphasis, afirmação) da negação. Ex.: Deus pode ser descrito como
o que ele não é, em vez de descrito com asserções positivas sobre o que ele é. Quanto
às imagens, 1) em concordância com o AT, afirma que “Deus se revela
inteiramente transcendente em relação a qualquer imagem que possa fazer
conhecida a sua natureza” (SAWYER, 2009, p. 268) e, ao fazer uso de ícones e
veneração aos santos, seu preceito central é a noção de que Cristo é a imagem (gr.
eikon) do Pai. Portanto, a “imagem de
Cristo – a imagem visível do Deus invisível – está bem perto do cerne do
entendimento teológico ortodoxo oriental.” (SAWYER, 2009, p. 269). Segundo os
ortodoxos, quando se prostram diante de ícones – “livros abertos que nos
lembram de Deus –, veneram-no em vez de adorá-los, pois a adoração é devida a
Deus somente. Em relação à deificação (theosis), é a categoria mais importante
para a salvação; no dizer de Atanásio, Cristo se tornou homem para que o homem
se tornasse deus, ou seja, participante da natureza divina e no dizer de Máximo
o Confessor, “Tudo o que Deus é, exceto por uma identidade na natureza, é o que
alguém se torna quando é deificado pela graça.” (apud SAWYER, 2009, p. 273). E, em relação às Escrituras, a
autoridade não se encontra na objetiva Palavra de Deus escrita, mas como
interna e pneumática, dogmática e externa.
BIBLIOGRAFIA:
SAWYER, M. James. Uma introdução à teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico. São Paulo: Vida, 2009. p. 261-279.
À Ana Carolina e Marly, o Catolicismo Romano.
O ramo do Cristianismo conhecido
por Catolicismo tem seu nome originado no grego kaqoliko/j, katholikos,
geral ou universal designando dois ramos do Cristianismo: o católico romano e o
ortodoxo. Esta denominação é frequentemente chamada Igreja Católica Apostólica Romana, muito embora o seu nome formal
seja apenas "Igreja Católica".
Com essa designação, surgiu no séc. XVI, no calor da Reforma Protestante. Seus fieis
consideram-se membros da Igreja universal, fundada por Jesus Cristo e presidida
pelo bispo de Roma, o papa, “legítimo herdeiro da suprema autoridade espiritual
do apóstolo Pedro e vigário (representante) de Cristo.” (SAWYER, 2009, p. 281).
O consenso católico foi desenvolvido desde a virada do séc. I para o séc. II,
quando já se manifestava forte tendência à institucionalização; do séc. II para
o II, quando começaram as reivindicações em favor da sucessão apostólica; do
séc. IV, quando o lugar do Cristianismo no mundo mudou dramaticamente com a
legalização da igreja como a religião oficial do Império Romano. Seguiram-se a
ascensão do papado, ligada a fatores políticos e culturais e à história
teológica (séc. IVss); o Grande Cisma, quando houve a ruptura com a ortodoxia
(marcada historicamente pela ruptura no Império Romano entre o Ocidente latino
e o Oriente grego) resultando, “na prática, em duas igrejas separadas, cada uma
com idioma, costumes, liturgia e teologia peculiares” (SAWYER, 2009, p. 284).
Dentre as causas desse
rompimento, como visto no ramo chamado Ortodoxia, encontram-se, distintamente:
1) a expressão latina filioque (“e o
Filho”), acrescentado no Credo niceno pelo Sínodo de Toledo (589 d. C.)
referindo-se ao relacionamento do Espírito Santo com o Pai e o Filho; e 2) a
decisão do papa Leão IX de excomungar o patriarca de Constantinopla, o qual,
por sua vez, também excomungou o papa e a Igreja ocidental naquele mesmo ano.
São aspectos inerentes ao
Catolicismo Romano: 1) o escolasticismo,
resultante de fatores como a redescoberta da filosofia aristotélica, a crise de
autoridade na Igreja e o desejo de dialogar com membros razoáveis de outras
religiões sobre questões acerca da verdade definitiva; 2) a decadência no final da Idade Média, ocorrida na seqüência do auge
do pensamento escolástico com Anselmo, Alberto Magno, Tomás de Aquino e outros
luminares, e após a proeminência política desfrutada no papado de Inocêncio
III, foi marcada por declínio moral, espiritual, político e teológico. Sawyer
(2009, p. 286) afirma que “O centro de poder na Igreja durante esse período
vacilava entre o papa e os concílios eclesiásticos”; 3) a Reforma, decorrência direta da decadência no período anterior, gerou,
em um primeiro momento, a reações defensivas da Igreja como a excomunhão do
líder do movimento, Martinho Lutero; contudo, seu crescimento e consolidação
levaram à convocação de um concílio (de Trento), cujo objetivo foi corrigir os
abusos provocadores da Reforma e não uma concentração na ameaça protestante; o
Concílio definiu a teologia católica, como segue: adotou a teologia de Tomás de
Aquino e sua síntese de Aristóteles e das Escrituras, identificou formalmente
duas fontes de autoridade dentro da Igreja – as Escrituras e a tradição não
escrita –, a conquista da hegemonia sobre a autoridade dos concílios etc.; 4) a Igreja desde o Vaticano II é
decorrência de rachaduras no consenso universal e sua estrutura monolítica
provocadas por questionamentos de sua posição numa variedade de assuntos por
parte de biblistas e teólogos católicos, o que levou à convocação do Concílio Vaticano
II, em 1962, em reconhecimento das mudanças ocorridas no mundo e na própria
Igreja. Dentre os resultados desse Concílio, destacam-se: a) a reafirmação da
doutrina da infalibilidade papal e a extensão dos limites da autoridade dos
bispos; b) a indicação de uma mudança do conceito tomista racionalista do
conhecimento de Deus para uma abordagem mais imediata e intuitiva e a adoção de
uma fonte única de autoridade pela qual a tradição passa a consistir apenas no
modo tradicional de interpretar as Escrituras e não mais na segunda fonte de
autoridade; c) a perspectiva revolucionária em relação aos que estão fora da
Igreja católica, aceitos agora como os “irmãos separados” (protestantes) e os “descendentes
diretos da Igreja apostólica” (ortodoxos); d) a reafirmação da primazia das
Escrituras na teologia moral, e a reinterpretação da lei como uma lei do
Espírito em Cristo, doadora de vida, e a necessidade de uma conversão pessoal
juntamente com um convite à maturidade de todos os cristãos; e) a abertura para
o surgimento da teologia da libertação, movimento teológico, católico romano em
sua origem e fortemente católico na expressão contínua de seu caráter; 5) o papado é justificado, no Catolicismo,
em Mateus 16.17-19 e João 21.15-19 e sua infalibilidade oficializada no
Concílio Vaticano I (1870); 6) a elevação das autoridades (teológicas,
políticas, temporais, etc.) tem justificativas nos consensos correspondentes;
7) a posição de Maria no culto (o culto a virgem bendita) foi construída ao
longo dos séculos até que, em 1854, a doutrina da imaculada conceição foi
promulgada, e, em 1950, a doutrina da assunção ao céu também foi promulgada
como dogma católico oficial.
Quanto à teologia, os principais
pontos são: 1) Deus é transcendente
em seu distanciamento da humanidade: é sublime e santo, é separado de tudo o
que é pecaminoso; 2) raízes do
Catolicismo romano estão “na História, tanto que ele reivindica uma linha
ininterrupta de sucessão de autoridade espiritual que retrocede até o apóstolo
Pedro, a quem Jesus confiou as ´chaves do Reino´”. (SAWYER, 2009, p. 292). Seus credos mais importantes são o Credo
niceno, o Credo de Atanásio e a definição cristológica do Concílio de
Calcedônia, assim como o restante das sete primeiras decisões conciliares
ecumênicas; seus teólogos mais importantes podem ser representados por duas
figuras influentes da antiguidade: Agostinho de Hipona (sécs. IV e V), que
estabeleceu a pauta teológica para o Cristianismo Ocidental do milênio seguinte
e a síntese teológica que perduraria até o séc. XIII, e Tomás de Aquino (séc.
XIII), que apresentou nova síntese teológica incorporando a recém-introduzida
filosofia aristotélica em suas formulações. Deve-se considerar também a
influência do cardeal John Henry Newman (ex-sacerdote evangelical anglicano
convertido ao Catolicismo) que argumentou a existência de uma constatação
progressiva da verdade revelada nas Escrituras, vista sob sete princípios ou
testes do verdadeiro desenvolvimento em ação no amadurecimento da doutrina
(desenvolvimento é diferente de corrupção). Outros pontos distintivos do
Catolicismo são: a justificação pela fé, o sacramentalismo, o sacerdotalismo e
a eclesiologia.
REFERÊNCIA:
SAWYER, M. James. Uma introdução
à teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico. São
Paulo: Vida, 2009. p. 281-309.
Ao Osvaldo, o sacramento.
“A
palavra ´Sacramento´ não ocorre nas Escrituras; ela vem do latim Sacramentum, que, na Vulgata, traduziu o
grego musth/rion (mistério).
(Vd. Ef 1.9; 3.3, 9; 5.32; Cl 1.27; 1 Tm 3.16; Ap 1.20; 17.7). A palavra Sacramentum, em si, significava
primariamente um depósito financeiro feito em juízo entre as partes
litigiantes; posteriormente, passou a significar aquilo que era separado como
santo, ou o juramento que os soldados prestavam ao seu comandante, envolvendo
as obrigações decorrentes deste compromisso. Tornou-se clássica a definição
pioneira de Agostinho (354-430) de Sacramento como sendo a ´palavra invisível´
e um sinal visível de uma graça invisível. Na Escolástica predominou o conceito
de sacramento como a ´Palavra visível de Deus´, distinguindo-a, mas não
separando-a da Palavra audível de Deus.
Calvino entende que somente Deus pode
instituir o Sacramento e que este traz consigo sempre uma promessa ou: ´onde a
promessa brilha na cerimônia´. ´O poder de instituir sacramentos só pertence ao
Deus único. Pois, graças à promessa firme e segura de Deus, o sacramento deve
dar segurança e consolo à consciência dos crentes, segurança que eles nunca
poderiam obter dos homens. O sacramento deve ser para nós um testemunho da boa
vontade de Deus para conosco. ´O sacramento é um selo que se imprime no Testamento
e na promessa de Deus´; ´O sacramento deve ser para nós um testemunho da boa
vontade de Deus para conosco.´
A Igreja alimenta-se dos Sacramentos firmada
na promessa de Deus, olhando firmemente para o Autor da promessa: ´Não há
sacramento sem promessa de salvação. Nunca. Todos os homens juntos não saberiam
nem poderiam garantir coisa alguma quanto à nossa salvação. Logo, não podem,
eles mesmos, ordenar nem planejar nenhum sacramento. Por isso a igreja cristã
se satisfaz com estes dois [Batismo e Santa Ceia].
E não somente não admite nem
aprova nem reconhece no presente, mas também não deseja nem espera jamais um
terceiro, até à consumação do século.´ ´Não devemos pôr a nossa confiança nos
sacramentos, nem transferir para eles a glória de Deus, como se eles fossem a
causa e a fonte das bênçãos que por meio deles recebemos. Antes, deixando de
lado todas as coisas e delas nos desprendendo, elevemos e dirijamos o nosso
testemunho de fé Àquele que é o Autor dos sacramentos e de todos os demais
bens.´”
REFERÊNCIA:
COSTA, Hermisten Maia Pereira da. Raizes da Teologia Contemporânea. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. p. 181-182.
COSTA, Hermisten Maia Pereira da. Raizes da Teologia Contemporânea. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. p. 181-182.
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