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23 de junho de 2012
19 de junho de 2012
LUTERANISMO
LUTERANISMO,
por Valdir Afonso de Paulo
1.
INTRODUÇÃO:
Por pelo menos cento e vinte e cinco
anos antes do início da Reforma, o fato do descontentamento teológico e
espiritual com a síntese católica se mantivera em ebulição.
No século XIV, John Wyclife, “a
estrela da manhã da Reforma”, havia desafiado as premissas da Igreja católica, no
que dizia a respeito à autoridade temporal e espiritual. Apesar de estar preso,
seu ensino teve ampla atenção na Inglaterra e toda Europa.
John Huss, professor, universitário
e sacerdote em Praga.
Declarava que era Cristo o cabeça da
Igreja, não o papa.
Intimado pelo Concílio de Constânça,
ali foi condenado com herege e queimado na fogueira.
Ocorre o declínio do escoláticimo e a ascensão do humanismo.
2.
CONTEÚDO
O humanismo por uma cosmovisão é
visto como “humanismo secular”. Não era
uma filosofia nem um conjunto de crenças.
Surgiu no início da Renascença, o
humanismo era uma linha de estudo que enfatizava (poesia, gramática e retórica)
e métodos de estudo das fontes Ad fontes!
– “De volta as fontes”.
Na Itália – retorno às raízes
clássicas gregas e romanas (Ocidente)
Norte da Europa – primazia as
Escritura nas línguas originais e á autoridade sobre os teólogos
(escolasticismo).
Todos os países do norte europeu
produziram humanismo, mas eles vieram em muitas matizes.
Os franceses – retorna à lei do
Império Romano.
Suíços às fontes moralistas.
Ingleses, remonta o renascimento
italiano.
O príncipe humanista Desidério
Erasmo de Roterdã (1466-15360).
Sua grande contribuição à Reforma
foi uma edição impressa do NT grego, original.
O método teológico dominante no
final da Idade Média era o escolasticismo.
(integrado e de deduções lógicas) um sistema racional do cristianismo.
Anselmo e Tomás de Aquino filósofos
realistas, em grande essa filosofia realista foi sendo substituída pelo
nominalismo.
Martinho Lutero (1483-1546). O pai
não só do luteranismo, mas, em última análise, de todo protestantismo. Estudou
na Universidade de Erfurt, bacharelado em 1502, mestrado em 1505, ingressou no
monastério agostiniano de Erfurt. Entrou no sacerdócio em 1507. E no doutorado
em 1511.
Lecionou na Universidade de Wittenberg,
Salmos (1513-1515), Romanos (1515-1516) e Gálatas (1616-1517). Sua tese, a
justificação – “O justo viverá pela fé”.
Uma percepção de que a justiça de
Deus não era punitiva, mas uma justiça que concedia fé.
Estabeleceu os parâmetros para a
Reforma luterana.
A segunda figura da Reforma luterana
foi Filipe Melâncton (1497-1560). Lecionou NT em Wittenberg, mestre, prodígio e
erudito humanista. Muito reconhecido em toda Europa.
O luteranismo confessional construído
sobre as confissões de fé que foram aceitas e reunidas no Livro de concórdia, de 1580.
Entre as confissões, estão os credos
ecumênicos: Credo apostólico, o Credo
niceno, e o Credo de Atanásio, além da fórmula
de concórdia.
Foi um movimento teologicamente conservador.
A ruptura de Roma com Lutero teve por motivo
um ensino fundamentado das Escrituras.
Movimento de mentalidade católica
(universal) e evangelical (insistindo num relacionamento pessoal com Jesus
Cristo).
De tradição trinitária e cristologica
dos séculos IV e V.
O conceito de agostiniano do pecado
e seus efeitos.
Foi na Reforma luterana que surgiram
os solas da reforma:
Sols
gratia. A justificação e a salvação são pela graça de Deus somente.
Sola
fide. Somente a fé é o meio de apropriação da salvação de Deus, que é pela
graça.
Sola
escriptura. As Escrituras são a única fonte, regra e norma de fé, o meio
pelo qual os seres humanos conhecem Deus e sua vontade e a base do entendimento
teológico.
Solus
Chistus. O ato redentor de Cristo é a mensagem central das Escrituras, a
comunhão com Cristo é o fato central da vida cristã.
A grande contribuição de Lutero para
a teologia é sua teologia da cruz.
A verdadeira teologia para Lutero se
contenta em encontrar Deus como ele se deu a nós, no sofrimento e na revelação
da cruz. O resto é razão, místico e outros.
Os luteranos compreendem a Igreja
com o Israel espiritual.
A preferência do luteranismo em
termos de governo era pela autonomia local, sob a autoridade da Palavra de
Deus.
Embora os luteranos reconheçam que
termo “sacramento” não consta nas Escrituras. Está
relacionado a Tertuliano que usou a palavra latina sacramentum para traduzir o grego mysterion. O termo latino referia-se a um “juramento” ou a uma
promessa.
Agostinho definiu o sacramento como
“uma forma visível da graça invisível”.
Lutero diferente da Igreja católica
romana que aumentou os sacramentos para sete: (batismo, eucaristia, penitência,
confirmação, matrimônio, ordens sagradas (ordenação ao sacerdócio) e extrema-unção),
ele em seu livro Do cativeiro da Igreja, escreve
que só reconhece três: batismo, penitência e o pão (eucaristia).
Em seu tratado já reconhece só dois:
batismo e o pão (eucaristia).
Afirma que os sacramentos legítimos
devem: 1) ter sido instituído por Cristo, 2) depender de seu mandamento e 3)
ser derivado de sua Palavra.
O conceito luterano se move entre uma
dialética de promessa e fé.
De acordo com o Catecismo maior, de 1529, os sacramentos devem ter três
características básicas:
- O sacramento é “uma coisa e um sinal santo e divino”, instituído por uma palavra que promete a salvação Independentemente do mérito humano.
- Seu propósito é salvar o homem do pecado, da morte e do diabo e estabelecer a comunhão eterna do homem com o Cristo ressurreto.
- O poder salvívico do sacramento é mediado pela fé na Palavra e no sinal externo.
Talvez
a controvérsia mais importante em torno do batismo seja a questão da legitimidade
do batismo infantil, isto é, se devemos ou não batizar as crianças.
Os luteranos vinculam decisivamente
o batismo à fé.
O próprio Lutero sustentava no
início que a criança era salva pela fé dos pais, dos padrinhos ou do pastor.
Para o luterano, o batismo da
criança indica sua entrada na fé.
A doutrina da presença de Cristo na
comunhão (eucaristia) foi denominada “consubstanciação”.
Colóquio de Marburgo reuniu líderes
protestantes de todas as vertentes, Lutero, Melâncton, Zwinglio, mas ainda
continuou sem acordo com “este é meu corpo”.
A interpretação de Lutero acerca da
natureza de ceia estava, em última análise, radicada na cristologia.
Veremos dois entendimentos da
cristologia pela definição de Calcedônia (451), sua divindade (a escola
alexandrina), e a sua humanidade (a escola antioquena).
O luteranismo afirma somente a
predestinação para a salvação (Ef 1.5).
Deus sustenta, dirige e orienta sua
criação para um propósito aqui em vida.
Esse propósito encontra seu cerne na
Igreja (Ide “Indo, ser e fazer discípulo”).
No entendimento luterano
tradicional, o homem é uma dicotomia (material e a imaterial).
A vontade da alma morta (homem está
condenado) em relação a obra do Espírito, o homem está predestinado à salvação.
Seguindo a tradição agostiniana, os
luteranos acreditam “que todos os homens são pecadores de nascimento, mortos em
pecados, inclinados para todo mal e sujeitos à ira de Deus”.
O ser humano é incapaz, por seu
esforço próprio ou pela assistência da “cultura e ciência”, de se reconciliar
com Deus.
Reconhecem dois tipos de justiça “justice
civil”, vista nas boas ações sem amor ou obediência a Deus (a razão). Não são,
portanto, atos de “justiça espiritual”, (interna e oriunda do relacionamento
com Deus) da fé.
Por sua perfeita obediência, Cristo
satisfaz justiça divina no lugar do homem, mudando a ira de Deus em graça.
O coração da soteriologia luterana é
a doutrina de justificação pela fé, o anúncio judicial de Deus pelo que os
pecadores são declarados não mais culpados quando exercem fé em Jesus Cristo.
Os luteranos entendem que existe uma
dialética na vida cristã: (ao mesmo tempo justificado e pecador), (diante de
Deus ou na presença de Deus). O que é correto é feito pela fé, ou a partir do
relacionamento com Deus. A verdadeira justificação não pode existir sem a
santificação.
3. CONCLUSÃO:
O Batismo em si só não
tem poder para salvar, as pessoas são batizadas, não para serem salvas, mas
porque já são salvas. Portanto, não é correto dizer que o rito seja
absolutamente essencial para salvação.
Então,
conforme as Escrituras Sagradas somente a pessoa que tiver capacidade de crer,
obedecer e ser ensinável deve ser batizada (Mc 16.15,16; Mt 28.19,20).
Para Pearlman (1993, p.221), as crianças não têm pecados de que se
arrepender e não podem exercer fé, logicamente são excluídos do batismo nas
águas. Com isso não é impedimento que eles venham a Cristo (Mt 19.13,14). As
igrejas Cristãs de hoje comungam desta idéia de que as crianças não sejam
batizadas e sim consagradas ao Senhor Jesus em culto público.
A explicação luterana da eucaristia
é problemática para a maioria dos protestantes.
A idéia da presença física é
confusa.
Jesus diz na Bíblia: “em memória de
mim” (1 co 1.24) a presença espiritual e não encarnada.
A doutrina da santificação (“ao
mesmo tempo justificado e pecador”). Temos que levar a sério esta questão do
pecado, pela justificação foi pago na cruz por Cristo, mas a transformação vai
acontecendo gradual, com ensino, relacionamento e outros.
É complicado cada teólogo, cada
denominação pensa de um modo, vamos fazendo a obra de Deus, e temos que estudar
muito a TEOLOGIA. Amém!
FONTE:
SAWYER, M. James. Sistemas Teológicos. In: Uma Introdução à Teologia: das questões preliminares, da vocação e
do labor teológico. São Paulo. Vida, 2009, ps. 310- 332.
18 de junho de 2012
TEOLOGIA WESLEYANA-ARMINIANA
TEOLOGIA
WESLEYANA-ARMINIANA
por Alexandre Borges Siqueira
CONTEXTO:
Europa e Inglaterra (a partir do final do século XVII)
DEFINIÇÃO: Faz
parte do sistema teológico e é um movimento que:
a)
Pertence à tradição da Reforma;
b)
Nasceu como uma reação contra o Calvinismo;
c)
Surgiu como resposta a diversas indagações
ASPECTOS:
1 – ARMINIANISMO – Jacó
Armínio
a)
Enfatizava a expiação ilimitada (Cristo
morreu por toda a humanidade) e a liberdade humana (homem podia escolher:
aceitar ou rejeitar a Cristo);
b)
A salvação inicia com Deus, porém o homem é
livre para aceitar ou rejeitar (soteriologia sinergista);
2 – WESLEYANISMO – John
Wesley
a)
Enfatizava que a justificação e
santificação é operada por meio da graça de Deus e da resposta humana;
b)
Defendia a Perfeição Cristã;
3 – WESLEYANISMO +
ARMINIANISMO
a)
FUSÃO do conceito de
SANTIDADE (Wesley) com ênfase no conceito de SALVAÇÃO (Soteriologia sinergica)
de Armínio.
CARACTERÍSTICAS:
a)
Eleição/Predestinação/Pecado/Graça;
b)
Conversão/Regeneração/Santificação;
EM SUMA: A salvação é
SINERGISTA – iniciada por Deus mas tendo a correspondência do ser humano. O
indivíduo deve cooperar com a salvação que vem da graça de Deus.
8 de junho de 2012
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